segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
POEMA DA PROSPERIDADE
Nem o medo, nem a depressão por mais que sofra meu coração, NADA ME IMPEDIRÁ DE SONHAR.
Nem o desespero, nem a descrença, muito menos o ódio ou alguma ofensa, NADA ME IMPEDIRÁ DE VIVER.
Em meio as trevas, entre os espinhos, nas tempestades e nos descaminhos, NADA ME IMPEDIRÁ DE CRER EM DEUS.
Mesmo errando e aprendendo, tudo me será favorável, para que eu possa sempre evoluir, preservar, servir, cantar, agradecer, perdoar, recomeçar...
QUERO VIVER O DIA DE HOJE COMO SE FOSSE O PRIMEIRO.
Quero viver o momento de agora como se ainda fosse cedo, como se nunca fosse tarde.
Quero manter o otimismo, conservar o equilíbrio, fortalecer a minha esperança, recompor minhas energias, para prosperar na minha missão e viver alegre todos os dias.
Quero caminhar na certeza de chegar, quero lutar na certeza de vencer, quero buscar na certeza de alcançar, quero saber esperar, para poder realizar os ideais do meu ser.
ENFIM, quero dar o máximo de mim, para viver intensamente e maravilhosamente TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA.
AUTOR: Luizinho Bastos
domingo, 28 de dezembro de 2008
BOLO DA VIDA
1. Numa travessa, misture todos ingredientes e mexa delicadamente “com pensamento positivo”. 2. Coloque a massa em uma fôrma redonda e untada com margarina e farinha de trigo.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
NATAL
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
ACÔRDO - Flora Figueiredo
Por favor, leve a sério este pedido,
Aceite minha sugestão.
Você tem que fazer um revezamento
Com seu vice-anjo de plantão.
Imagine que esteja cansado
De tanto correr a meu lado,
Tentando me proteger.
Sei que é assim que deve ser,
Mas reconheço que ultimamente
Tenho abusado.
Seria bom que descansasse
Antes que a maratona começasse.
Tem Ano Novo chegando
E já estou me preparando
Para o tiro da partida.
Quando começar a corrida, não tenho intenção de fracassar
Eu corro de mãos dadas com a vida;
Prometo a meus sonhos o primeiro lugar.
Sei que deve haver risco:
O mundo anda agressivo,
O tempo está arisco
E geralmente se corre contra o vento.
Nada há que possa me deter
O que pode de repente acontecer
É um instante para beijar minha torcida.
Pessoas queridas são sempre nossa pausa refrescante
Prepare o tênis, o calçadão, a vitamina, e
Sob permissão divina
Leves asas sobressalentes.
A competição vai ser quente,
Difícil me parece a trajetória
Mas, quando eu romper a fita da chegada,
Lívida, arfante, extenuada,
Vou dividir com você minha VITÓRIA.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
ESCUTATÓRIA - Rubem Alves
Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito.
É preciso também que haja silêncio dentro da alma.
Daí a dificuldade:
A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...
E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.
Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.
No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: reunidos os participantes, ninguém fala.
Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança... Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio...
Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.
Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala.
Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.
Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades. Primeira: fiquei em silêncio só por delicadeza.
Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo.
É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.
Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
JOHN LENNON
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
MULHERES POSSÍVEIS - Martha Medeiros
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
O HOMEM DO SACO
Minha mãe nunca nos ameaçou, como tantas mães faziam dizendo aos filhos: "Fique bonzinho, não faça mais isso, senão o homem do saco te pega!" - um horror!!!
E agora, anos depois nos tornamos em... homens do saco, mulheres do saco!!! E olhe que precisam mesmo sentir medo da gente, criaturas monstruosas.
Como, nós, criaturas monstruosas???
Pois é, isso mesmo... é isso aí...
A cada ida ao supermercado voltamos lotados de ... sacos... Em nossa casa temos até o tal puxa-saco, que muitas vezes é bonito, bordado até e, lá estão os sacos que recebemos gratuitamente no supermercado, guardamos e vamos usando, usando sem pensar nas conseqüencias.
Animais marinhos morrem porque acham que os tais sacos são alimentos; outros ficam asfixiados por não conseguirem se desvincilhar dos tais...
As enchentes são maiores porque esses sacos se acumulam entupindo bueiros, piscinões...
A reciclagem desse produto é caríssima e ao que parece, é mais caro reciclar um saco que produzir um novo, então... o acúmulo é enorme! A natureza fica impregnada desse material e montes ficarão na natureza por anos, anos, anos...
Quem, como eu, que acredita na reencarnação vai encontrar, quando voltar a viver por aqui, os mesmos sacos acumulados que um dia jogaram na natureza...
Vamos procurar fazer o que fazem os irlandeses: ter, em cada casa, em cada carro uma sacola de tecido para colocar nossas compras. E, nos recusarmos a receber os tais saquinhos que nos são oferecidos nos supermercados e outros locais.
A gente sempre pensa em deixar um mundo melhor para nossos filhos, netos, mas, nos esquecemos que também precisamos oferecer ao mundo pessoas melhores, pessoas que se preocupam com a natureza, com o mundo, com as pessoas...
A Natureza agradecerá essas atitudes. É nosso carinho por tudo que ela nos oferece.
SANTA CATARINA
Amigos e parentes de lá relatam o tamanho da tragédia, que não poupou ninguém... Casas sólidas, bonitas e casas frágeis foram embora com a chuva, com a terra...
E nós, que estamos distantes de lá podemos pensar nas coisas que temos, nas pessoas que amamos e como nos sentiríamos se isso acontecesse por aqui.
Guardamos tantas coisas inúteis, acumulamos roupas, sapatos, bolsas que muitas vezes nem chegamos a usar... E numa hora de tragédias como essa acabamos por ver que o que importa é a vida, as pessoas...
Que haja solidariedade com eles e que haja uma tomada de consciência de cada um de nós... Valorizar o que realmente merece ser valorizado...
Guardar o que realmente necessitamos...
Viver com simplicidade...
A vida é pra ser vivida, valorizada, não apenas a nossa, mas também a vida daqueles que passam por dificuldades inimagináveis para nós.
Que papai do céu olhe por todos...
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
OS LIMITES DE CADA UM DE NÓS - Letícia Thompson
Uns suportam mais heroicamente o sofrimento, outros se entregam e morrem devagarinho como se o mundo tivesse acabado. E a um e a outro Deus criou.
Somos infinitamente mais capazes do que pensamos, mas enquanto ignoramos essa verdade, somos o que somos sem sermos mais ou menos que ninguém.
Classificar alguém de fraco porque este não suporta a dor física, moral ou emocional é cometer uma grande injustiça, pois cada um vai até onde seus limites permitem e é devagarinho que as pessoas vão descobrindo que as asperezas da vida nos tornam pouco a pouco mais fortes e resistentes.
Seguimos até onde devemos seguir e quando cremos que as forças nos abandonam é que o Senhor nos pega nos braços e nos ensina a voar. Vemos então horizontes que não podíamos alcançar com nossa visão plana e direcionada geralmente àquilo que nos fazia tanto mal.
Somos o que somos sim e que ninguém nos diga pequenos e falhos! Alcançamos tudo o que está ao alcance das nossas mãos e o mais o Senhor nos dá através da nossa fé que, mesmo limitada, nos torna seres ilimitados.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
O CÂNTICO DA TERRA - Cora Coralina
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Como vai você, Antônio Marcos?
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Precisamos de mudanças...
terça-feira, 4 de novembro de 2008
O discurso do Presidente da França
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Um bolo gostoso para o final de semana
Final de semana sem bolo... não é um bom final de semana... Então, sugiro a vocês um bem gostoso...
Ingredientes
4 ovos (claras e gemas separadas)
1 xícara (chá) de açúcar
3 xícaras (chá) de suco de laranja
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
Raspas de casca de limão para decorar
Margarina e farinha de trigo para untar
Cobertura e recheio:
1 lata de leite condensado
1/3 lata de suco de limão (use a lata de leite de condensado vazia para medir)
Modo de Preparo
Na batedeira, bata as claras em neve.
Acrescente as gemas, o açúcar, 1 xícara (chá) do suco, a farinha e o fermento, batendo a cada adição.
Coloque em uma fôrma redonda de 22cm de diâmetro untada e enfarinhada.
Leve ao forno, preaquecido, por 30 minutos ou até estar no ponto.
Retire do forno e umedeça com o suco de laranja restante.
Deixe esfriar.
Misture os ingredientes da cobertura e recheio.
Desenforme o bolo e corte ao meio na horizontal.
Espalhe 1/3 da cobertura sobre uma das partes e cubra com a outra metade da massa.
Espalhe o restante da cobertura em cima e na lateral do bolo.
Leve à geladeira por 2 horas.
Decore com raspas de limão e sirva.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Amigo
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Alguma coisa mudou???
As bolsas estão em pânico, os investidores idem... Não tenho ações na bolsa, nem sei direito como isso funciona mas... a gente que pensa não ter nada com isso acaba respingado, conforme tenho lido e ouvido.
Obama ou Mc Cain??? Como sempre torço por alguém, me simpatizo mais com o Obama... Mc Cain me passa uma imagem de "não sei o quê" que não gosto... Se Obama será um bom presidente tenho minhas dúvidas, mas pelo menos parece que ele não é de querer guerra como aquele senhor que logo vai embora.
Então, o negócio é tocar nossa vida, acertando e batendo cabeça... com calor ou com frio...
E que prefeito de todos nós seja feliz em sua nova tarefa, que não é fácil...
sábado, 25 de outubro de 2008
TIMÃO CHEGANDO...
Pena que na vida as pessoas não torçam umas pelas outras dessa maneira...
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
20 DE OUTUBRO - DIA DO POETA
Florbela Espanca
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
É ter de mil desejos o esplendor
É ter fome, é ter sede de Infinito!
E é amar-te, assim perdidamente...
sábado, 18 de outubro de 2008
GARRINCHA
Aos domingos almoçavamos mais cedo e íamos todos - a família toda - ao estádio Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, em Campinas torcer, mas torcer muito... E, mais do que torcer, nós, as crianças nos divertíamos muito... Era bonito ver os tios, as tias, os primos na maior alegria, todos juntos naquele clima familiar e alegre...
O tempo foi passando e meu amor e minha vontade de continuar assistindo continuou... Quando morei no Rio de Janeiro ia com meu marido ao Maracanã, depois em Porto Alegre também... e sempre escolhia um time pra torcer: no Rio virei flamenguista e em POA colorada...
Aqui em Sampa sempr fui corinthiana, por influência das cores - as mesmas da Ponte Preta... e nunca me entristeci com esse time... Acho o máximo aquela torcida continuar a apoiar, mesmo diante de um fracasso tão grande que o rebaixou... E agora, com seu incentivo está retornando à chamada elite do futebol...
Me lembrei disso tudo após ver uns vídeos do Garrincha, jogador que cheguei a ver no Maracanã e que sempre foi quem mais me encantou... Seus dribles de menino, um menino meio moleque eram de deixar qualquer um encantado e os seus adversários perdidos, desconcertados...
Ninguém foi mais jogador que ele...
Ninguém amou mais ser jogador que ele...
Ninguém deu mais alegria a quem gosta de futebol que ele...
E, por coincidência, hoje Garrincha estaria completando 75 anos de idade... Que ele receba todas as homenagens por tantos momentos alegres que nos proporcionou, e que papai do céu nunca deixe de entregar a ele um belo gramado pra que continue a fazer o que mais gostava...
Salve Garrincha!!!
terça-feira, 14 de outubro de 2008
MEUS MESTRES
Ele me ensinou que viajar, pegar uma estrada é a melhor coisa do mundo... e agora que ele mora junto do patrão véio deve estar dando suas andadas por lá...
sábado, 11 de outubro de 2008
UMA CRIANÇA CHAMADA MIMA
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
QUEM É AMIGO - Arthur da Távola
TAIGUARA
Mas, entre nós está sua música, sua poesia... então, Taiguara continua entre nós...
Todos apreciam sua música, as palavras de sua poesia e outros ainda seu amor pelo Brasil, onde, nos anos de ditadura foi preso...
As palavras que ele escrevia "incomodavam"... e se "incomodavam"... a prisão era o caminho, não só pra ele mas pra outros que se utilizavam da palavra pra demonstrar amor e descontentamento.
Que Taiguara receba, como uma prece, nosso carinho e admiração, esperando por sua colaboração de sempre em nossos trabalhos.
Abraço cheio de carinho.
domingo, 5 de outubro de 2008
ELEIÇÕES
Então, como não somos políticos, o que nos resta é fazer a nossa parte e desejar que aqueles que foram eleitos sejam felizes na gestão, com muita responsabilidade e respeito.
Boa sorte a eles, boa sorte a nós!
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
MINHA FAMÍLIA E OS BOLOS
Minhas filhas... boleiras e até minhas netas já estão começando a virar... boleiras...
Pois é, em casa, quando não tem bolo vem logo a reclamação: "não tem nada pra comer nesta casa?" Então, essa coisa boa não pode faltar...
Os bolos são os mais diversos e cada uma das mulheres tem sua especialidade: tem o bolo de nozes da tia Dora, o pão-de-ló de laranja da Simone, o bolo de cenoura da Vivi... e assim vai...
Há pouco fiz um que ficou maravilhoso! A receita quem me deu foi uma amiga, a Ângela Marília, dizendo que era receita de uma parente dela, lá de São Simão, terra de meu pai... Ela disse até que essa tia é uma Badan que até é minha parente...
Cheiro de bolo é coisa pra lá de boa mas, sentar à mesa pra comer uma fatia bem generosa, com um café recém passado... hummm... é bom demais...
Então, quero compartilhar com vocês essa receita de bolo de maçã que é mesmo maravilhoso!!!
Depois quero saber se o de vocês também ficou tão bom quanto o meu...
BOLO DE MAÇÃ MARAVILHOSO
3 xícaras (de chá) de maçãs sem cascas em pedacinhos
2 xícaras (de chá) de açúcar
1 xícara (de chá) de óleo
2.1/2 xícaras (de chá) de farinha de trigo
1 xícara (de café) de leite
1 colher (de café) de canela em pó
2 colheres (de sobremesa) de fermento em pó
1 colher (de café) de bicarbonato
1 colher (de chá) de essência de baunilha
3 ovos inteiros
GLACÊ
1 lata de leite condensado
1/2 colher (de sopa) de manteiga ou margarina
1/2 lata de creme de leite
MODO DE PREPARAR
Bata todos os ingredientes da massa, menos as maçãs, que devem ser adicionadas depois que a massa estiver bem incorporada.
Asse em forma redonda, de buraco no meio devidamente untada e enfarinhada.
O glacê é um brigadeiro mole - o creme de leite colocar somente quando o fogo estiver desligado.
Jogue o glacê sobre o bolo e... BOM APETITE!!!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
O POETA DA ROÇA
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
MACHADO DE ASSIS
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Um bolo para o final de semana
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Um pouco de Drummond
VIOLINOS NÃO ENVELHECEM - Rubem Alves
Eu a escrevi faz muito tempo - uma estória de amor. Quem a leu, eu sei, não se esqueceu.
Por razão do dito pela Adélia: " o que a memória ama fica eterno".
História de amor não inventada, acontecida, tão comovente quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa. O que fiz foi só registrar o acontecido.
Preciso contá-la de novo, para benefício daqueles que não a leram pela primeira vez, e a fim de acrescentar um final novo, inesperado, acontecido depois.
A testemunha que me relatou o sucedido foi sobrinho, médico-músico, pessoa querida e bonita.
Atrasou-se para um compromisso na minha casa, chegou três horas depois, explicando que havia ido ao velório de um tio de 81 anos de idade que morrera de amor. Parece que seu velho corpo não suportara a intensidade da felicidade tardia, e os seus músculos não deram conta do jovem que, repentinamente, dele se apossara.
O amor surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência. Mas naqueles tempos havia uma outra Aids, chamada tuberculose, que se comprazia em atacar as pessoas bonitas, os artistas, os apaixonados - esses eram os grupos de risco.
Pois ela, a tuberculose, invejosa da felicidade dos dois, alojou-se nos pulmões do moço, que teve de ir em busca de ar puro, no alto das montanhas, sanatório, tal como Thomas Mann descreve em seu livro - "A montanha mágica".
Quem ia para tais lugares despedia-se com um "adeus", um olhar de "nunca mais". Na melhor das hipóteses, muitos anos haveriam de passar antes do reencontro.
Imagino o sofrimento da jovem dividida: o corpo, naquela casa, a alma por longe terra! Na vida daquela menina, que surda, perdida guerra... (Cecília Meireles).
Valeram mais os prudentes conselhos da mãe e do pai: não trocar o certo pelo duvidoso. Vale mais um negociante vivo que um tuberculoso morto. E aconteceu com ela o que aconteceu com a Firmina Dazza, que de longe e às escondidas namorava o Fiorentino Ariza, na estória de Gabriel García Márquez "Amor nos tempos do cólera", que foi obrigada pelo pai a se casar com o doutor Urbino: não se troca um médico por um escriturário. Casou e com ele ficou até que, depois de 51 anos, veio a libertação...
Ela casou. Ele casou. Nunca mais se viram. Quando ele tinha 76 anos, ficou viúvo. Quando ela tinha 76 anos (ele tinha 79), ela ficou viúva. E ficou sabendo que ele estava vivo. A curiosidade e a saudade foram fortes demais. Foi procurá-lo. Encontraram-se. E, de repente, eram namorados adolescentes de novo. Resolveram casar-se. Os filhos protestaram. Eles, os filhos, todos os filhos, não suportam a idéia de que os velhos também têm sexo. Especialmente os pais. Pais velhos devem ser fofos, devem saber contar estórias, devem tomar conta dos netos. Mas velho apaixonado é coisa ridícula. Não combina. Mais detalhes no livro da Simone de Beauvoir sobre a velhice.
E houve também aquela estória do programa "Você decide" o velho pai, infeliz a vida inteira com a esposa, encontra uma mulher por quem se apaixona.
A pergunta: ele deve ou não deve deixar a esposa para viver o novo amor? Você decide... A decisão do público - os filhos, evidentemente: "Não, ele não deve viver o novo amor..." Os filhos sempre decidem contra o amor dos pais.
Mas, na nossa estória, os dois velhos deram uma solene banana para os filhos e foram viver juntos em Poços de Caldas. Viveram um ano de amor maravilhoso, e ele até começou a escrever poesia e voltou a tocar o violino que ficara por mais de 50 anos sobre um guarda roupa, porque a esposa não gostava de música de violino.
Confessou ao sobrinho: "Se Deus me der dois anos de vida com esta mulher, minha vida terá valido a pena..." Bem que Deus quis. Mas o corpo não deixou. Morreu de amor, como temia o Vinícius.
Achei a estória tão bonita que a transformei numa crônica a que dei um título inspirado nas Sagradas Escrituras: "...e os velhos se apaixonarão de novo".
Começa aqui o novo final para a estória.
Passaram-se semanas. Eram dez horas. Eu estava trabalhando no meu escritório. O telefone tocou. Voz aveludada de mulher do outro lado.
-É o professor Rubem Alves?
- Sim, respondi secamente. Eu sou sempre seco ao telefone.
- Quero agradecer a belíssima crônica que o senhor escreveu com o título: "...e os velhos se apaixonarão de novo". O senhor já deve ter adivinhado quem está falando...
- Não, respondi. Por vezes eu sou meio burro. Aí ela se revelou:
- Sou a viúva.
Foi o início de uma deliciosa conversa de mais de 40 minutos, interurbano, em que ela contou detalhes que eu desconhecia. O medo que ela teve quando ele resolveu mandar consertar o violino! Ela temia que os dedos dele já estivessem duros demais...
Ah! Que metáfora fascinante para um psicanalista sensível!
Sim, sim! Nem os violinos ficam velhos demais, nem os dedos ficam impotentes para produzir música!
E aí foi contando, contando, revivendo, sorrindo, chorando --- tanta alegria, tanta saudade, uma eternidade inteira num grão de areia... Ao terminar, ela fez esta observação maravilhosa:
- Pois é, professor. Na idade da gente, a gente não mexe muito com sexo. A gente vive de ternura!
Aqui termina a lição do Evangelho.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Meu tio e Helen Keller
Com ele aprendi a olhar o céu numa noite estrelada e a identificar as estrelas, as constelações e me enamorar da lua.
Essa sensibilidade apurada ele tinha, não só por ser uma pessoa atenta, criativa, imaginativa, mas também porque era um deficiente visual. Sua vida acadêmica foi iniciada no Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro e finalizada no Padre Chico, em São Paulo, onde foi professor.
De volta à família, em Campinas, fundou com outro amigo o Instituto dos Cegos onde também foi professor. Seu nome: Benedito dos Santos Vieira, o Professor, como ele gostava de ser chamado.
Dele até se podia esquecer o aniversário, mas o Dia do Professor não... Sempre tinha comemoração: fazíamos bolo, convidávamos a família , os amigos e virava mesmo uma festa, que o deixava muito feliz.
Dentre as muitas pessoas de quem ele falava, estava Helen Keller... Então, para me lembrar mais uma vez do Tio Dito, o Professor, segue um texto de Helen Keller.
Três Dias Para Ver
O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?
Helen Keller, cega e surda desde bebê, dá a sua resposta neste belo ensaio, publicado no Reader's Digest (Seleções)
Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no princípio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silêncio lhe ensinaria as alegrias do som.
De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. "Nada de especial", foi à resposta. Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tato encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro.
Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando. Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão!
E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias. Eu dividiria esse período em três partes.
No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas "janelas da alma", os olhos. Só consigo "ver" as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos. Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita? Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam. Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!
O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.
No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.
Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.
Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.
À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restrita ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso.
Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.
Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.
Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.
Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.
Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.
Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas acho que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.
Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Mas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual.
Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.
Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos.
Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos,estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Alberto Centurião, meu amigo poeta
Dentre tantos, tenho um lindo amigo poeta - Alberto Centurião, que com sua sensibilidade coloca em versos o cotidiano, a vida, o amor, a amizade...
Aí vai um poema escrito por ele:
O artista e seu retrato quando velho
Tem vezes que a gente faz coisas que não se faz
e sabe que não devia
mas faz e depois se arrepende
e sente vergonha
medo repulsa dó desalento
mas já fez e está feito
e bate uma baita tristeza
e o coração se oprime
e um peso aperta o peito de um jeito
que o osso do peito sente a pressão
mas já não tem jeito
o que está feito está feito
então o jeito é juntar os cacos
com soldar o que sobrou
tratar de refazer o próprio ego
ferido despedaçado
o dia desperdiçado
e já que não tem conserto
o que foi feito foi feito
consertar a auto-imagem
juntando toda a coragem
para encarar no espelho do fato
o próprio auto-retrato
e decidir fazer com novos atos
novos fatos
para um novo auto-retrato
mais ao gosto do artista
que faz do gesto pincel
e na tela da vida usa o matiz da palavra
para o estudo frustrado recobrir com novas telas
mais do seu jeito mais belas
que o artista sem retoques não seria irretocável
e à custa de repintar-se o artista se reconstrói
recriando os próprios atos
até recriado inteiro tornar-se iguaria fina
o artista quando velho é a própria obra-prima
Oração de uma camponesa de Madagascar
Senhor, dono das panelas e das marmitas,
não posso ser a santa que
medita aos Vossos pés.
Não sei bordar toalhas para o Vosso altar.
Então, que eu seja santa ao pé do meu fogão.
Que o Vosso amor acenda a chama
que eu acendi pela manhã,
e me faça calar a vontade de gemer,
às vezes, minha tristeza.
Eu tenho as mãos de Marta mas quero
ter também as mãos de Maria.
Quando eu lavar o chão,
lavai, Senhor, os meus pecados.
Quando eu puser na mesa a comida,
comei também, Senhor, junto conosco.
É ao meu Senhor que eu sirvo,
servindo minhas crianças.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Assim eu vejo a vida - Cora Coralina
Positiva e negativa
O passado foi duro mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança dos valores
que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Quero que aqui seja um ponto de encontro, onde eu possa receber os amigos, mostrar as poesias e os poetas de quem gosto...
A criançada também será bem-vinda, pois aqui encontrarão também as estórias que a Vovó Mima gosta de contar para as netas...
Abraços cheios de carinho.