sábado, 31 de outubro de 2009

HALLOWEEN - DIA DAS BRUXAS



O Halloween é uma festa comemorativa celebrada todo ano no dia 31 de outubro, véspera do dia de Todos os Santos. Ela é realizada em grande parte dos países ocidentais, porém é mais representativa nos Estados Unidos. Nesse país, levada pelos imigrantes irlandeses, ela chegou em meados do século XIX.


História do Dia das Bruxas

A história desta data comemorativa tem mais de 2500 anos. Surgiu entre o povo celta, que acreditavam que no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos. Para assustar estes fantasmas, os celtas colocavam, nas casas, objetos assustadores como, por exemplo, caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros.

Por ser uma festa pagã foi condenada na Europa durante a Idade Média, quando passou a ser chamada de Dia das Bruxas. Aqueles que comemoravam esta data eram perseguidos e condenados à fogueira pela Inquisição.

Com o objetivo de diminuir as influências pagãs na Europa Medieval, a Igreja cristianizou a festa, criando o Dia de Finados (2 de novembro).

Símbolos e Tradições

Esta festa, por estar relacionada em sua origem à morte, resgata elementos e figuras assustadoras. São símbolos comuns desta festa: fantasmas, bruxas, zumbis, caveiras, monstros, gatos negros e até personagens como Drácula e Frankestein.

As crianças também participam desta festa. Com a ajuda dos pais, usam fantasias assustadoras e partem de porta em porta na vizinhança, onde soltam a frase “doçura ou travessura”. Felizes, terminam a noite do 31 de outubro, com sacos cheios de guloseimas, balas, chocolates e doces.

Halloween no Brasil

No Brasil a comemoração desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional, pois valorização e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar com os estudantes a cultura norte-americana.

Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.

Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci (comemorado também em 31 de outubro).


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

AMOR PERFEITO

Naquela nuvem, naquela,
mando-te meu pensamento:
que Deus se ocupe do vento.

Os sonhos foram sonhados,
e o padecimento aceito.
E onde estás, Amor-Perfeito ?

Imensos jardins da insônia,
de um olhar de despedida
deram flor por toda a vida.

Ai de mim que sobrevivo
sem o coração no peito.
E onde estás, Amor-Perfeito ?

Longe, longe, atrás do oceano
que nos meus olhos se aleita,
entre pálpebras de areia...

Longe, longe... Deus te guarde
sobre o seu lado direito,
como eu te guardava do outro,
noite e dia, Amor-Perfeito.

Cecília Meireles
 

 

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O POETA DA ROÇA

Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.

Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.

Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.

Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.

Eu canto o vaquêro vestido de côro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.

Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.

E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade,
Cantando as verdade das coisa do Norte.

PATATIVA DO ASSARÉ

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré, Ceará, 5 de março de 1909 — 8 de julho de 2002) foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.
Uma das principais figuras da música nordestina do século XX.


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

UM LINDO TEXTO

Recebi de uma amiga o texto abaixo e, como achei muito interessante, bonito, quero que vocês também o conheçam. Imagino que muitos devem conhecer história semelhante mas, nem todos que a vivenciaram perceberam... o que é uma pena...

Vejam como é lindo...

Um outro fato marcante

(Richard Cohen)

Há muitos anos, meus pais, minha mulher, meu filho e eu jantamos num desses restaurantes onde o cardápio está escrito num quadro negro.

Depois de uma ótima refeição, o garçom colocou a conta no centro da mesa. Eis o que aconteceu: meu pai não apanhou a nota.

A conversa continuou. Finalmente percebí. Era para eu me encarregar da conta.

Depois de ir a centenas de restaurantes com meus pais, depois de pensar a vida toda que meu pai é que era o dono do dinheiro,tudo tinha mudado.

Apanhei a nota e minha visão de mim mesmo mudou de repente. Eu era um adulto.

Algumas pessoas demarcam a vida em anos. Eu meço a minha por pequenos fatos, por ritos de passagem. Não me tornei rapaz numa idade determinada: treze anos, por exemplo, mas quando um garoto entrou na loja em que eu trabalhava e me chamou de "senhor". Ele repetiu "senhor" várias vezes, olhando direto para mim. Aquilo foi como um soco: era comigo! De repente passei a ser um senhor.

Houve outros fatos marcantes. Os policiais da minha juventude sempre me pareceram grandes, enormes até, e, naturalmente eram mais velhos do que eu. Até que um dia, num instante, percebí que eles não eram nada disso.Na verdade, alguns garotos e pequenos.

Chegou o dia em que me dei conta de que todos os jogadores de futebol da partida a que eu estava assistindo eram mais novos do que eu, eram apenas garotos altos. Com tal fato marcante foi-se embora a fantasia de que um dia, talvez, eu também pudesse me tornar um jogador de futebol. Mesmo sem jamais ter alcançado a montanha, eu a tinha transposto.

Nunca pensei que chegaria a cair no sono vendo televisão, como meu pai fazia. Agora, sou ótimo nisso. Nunca pensei que iria à praia sem nadar. E acabei de passar o verão todo no litoral sem entrar na àgua uma só vez. Nunca pensei que apreciaria ópera, mas agora a combinação de voz e orquestra me atraem.

Nunca imaginei que ia preferir ficar em casa à noite, mas agora me vejo recusando convites para festas.

Considerava estranhas as pessoas que observavam pássaros, mas nesse verão me peguei fazendo a mesma coisa. Acho até que vou escrever um livro a respeito.

Anseio por uma convicção religiosa que jamais imaginei querer e sinto a proximidade com antepassados que já partiram há muito tempo. E o mais incrível é que, nas discussões com meus filhos, repito argumentos de meu pai e ainda saio perdendo.

Um dia comprei uma casa.

Um dia, que dia!! tornei-me pai e, não muito depois disso, paguei a conta de meu pai.

Imaginava que esse dia tinha sido um rito de passagem para mim.

Mas, depois, já um pouco mais velho, compreendí que fora para ele também , um outro fato marcante.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

MEUS VISITANTES

Há uns 10-12 dias resolvi colocar, aqui no blog, um contador de visitas e estou muito feliz, pois já recebi mais de 1.000 pessoas.

Como é algo que faço com muito carinho, espero continuar a receber as pessoas, trazendo a elas momentos agradáveis que possam deixar suas vidas mais leves.

Obrigada, amigos... e voltem SEMPRE. Estarei esperando.



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

UM DIÁRIO

Um diário é um amigo? Uma companhia? Também. Mas é sobretudo a duplicação da gente mesmo, espelho que não se apaga quando o rosto se retrai ou muda, álbum de retratos que conserva muito mais que um belo sorriso e a paisagem de fundo.

Quieto, compreensivo, calmo, o diário está ali, aberto e limpo. Oferecendo seu espaço, no qual você vai desenhar a sua vida e ele apenas... receber. Ele não tem recriminações a fazer, ele não diz que a culpa é sua, ele não encosta dedos na ferida. Como uma cama, como um mar, ele recebe. Você escreve muito se a emoção é forte, vai e volta e repete e repisa o mesmo assunto.

Ninguém conta seu tempo, ninguém conta suas páginas. Você pode escrever até a mão cansar, até a alma aliviar. Você pode escrever e escrever e escrever. Ele aceita. E quando não quiser escrever mais, é só fechar e guardar o diário que ele mais nada exigirá. Não me diga que não tem o que contar.

Você é o centro do seu universo, nada é mais importante do que aquilo que lhe diz respeito. Isso é que faz o encanto do diário. Se fosse usado apenas para registrar a queda do governo ou a evolução dos projetos orbitais, seria desnecessário, porque para isso já existe a imprensa, os arquivos, os registros da memória nacional.

O diário serve justamente para conservar o pequeno acidente humano e individual, sua discussão com um amigo, o namoro lancinante, a dúvida sobre a roupa para usar naquela festa...

O diário serve para conservar você.

Marina Colasanti

sábado, 24 de outubro de 2009

ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO


Há quantos anos você está casada (o)? Eu... há 45 - em dezembro meu marido e eu comemoraremos nossas bodas de alabastro e, quando vejo o caminho percorrido fico abismada... como o tempo passou rápido!!!

Nos "antigamentes" da vida, quando eu via um casal comemorando bodas de ouro... nossa, ficava admirada: como esses velhinhos conseguiram??? E eu, daqui a pouco mais de 4 anos é que estarei comemorando... na maior felicidade e alegria!!!

1o ano algodão
2o ano papel
3o ano couro
4o ano flores
5o ano madeira
6o ano ferro
7o ano cobre
8o ano bronze
9o ano cerâmica
10o ano estanho
11o ano topázio
12o ano onix
13o ano renda
14o ano quartzo
15o ano cristal
16o ano turmalina
17o ano ambar
18o ano agata
19o ano agua marinha
20o ano porcelana
21o ano zircão
22o ano louça
23o ano marfim
24o ano turquesa
25o ano prata
26o ano alexandrita
27o ano crisoprósio
28o ano hematita
29o ano lã
30o ano pérola
31o ano nácar
32o ano pinho
33o ano crisoberito
34o ano oliveira
35o ano coral
36o ano cedro
37o ano aventurina
38o ano carvalho
39o ano mármore
40o ano rubi
41o ano aço
42o ano linho
43o ano azeviche
44o ano carbonato
45o ano safira
46o ano alabastro
47o ano jospe
48o ano granito
49o ano heliotrópio
50o ano ouro
51o ano ametista
52o ano argila
53o ano amazonita
54o ano níquel
55o ano esmeralda
56o ano malaquita
57o ano lápis lazuli
58o ano vidro
59o ano jade
60o ano diamante

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


"Se te contentas com os frutos ainda verdes,
toma-os, leva-os, quantos quiseres.

Se o que desejas, no entanto, são os mais saborosos,
maduros, bonitos e suculentos,
deverás ter paciência.

Senta-te sem ansiedades.

Acalma-te, ama, perdoa, renuncia, medita e guarda silêncio.

Aguarda.

Os frutos vão amadurecer."

Prof. Hermógenes

terça-feira, 20 de outubro de 2009

CANTO DO MEU CANTO- Thiago de Mello

Escrevi no chão do outrora
e agora me reconheço:
pelas minhas cercanias
passeio, mal me freqüento.
Mas pelo pouco que sei
de mim, de tudo que fiz,
posso me ter por contente,
cheguei a servir à vida,
me valendo das palavras.
Mas dito seja, de uma vez por todas,
que nada faço por literatura,
que nada tenho a ver com a história,
mesmo concisa, das letras brasileiras.
Meu compromisso é com a vida do homem,
a quem trato de servir
com a arte do poema. Sei que a poesia
é um dom, nasceu comigo.
Assim trabalho o meu verso,
com buril, plaina, sintaxe.
Não basta ser bom de ofício.
Sem amor não se faz arte.

Trabalho que nem um mouro,
estou sempre começando.
Tudo dou, de ombros e braços,
e muito de coração,
na sombra da antemanhã,
empurrando o batelão
para o destino das águas.
(O barco vai no banzeiro,
meu destino no porão.)

Nada criei de novo.
Nada acrescentei às forma
tradicionais do verso.
Quem sou eu para criar coisas novas,
pôr no meu verso, Deus me livre, uma
invenção.

DIA DA POESIA, DIA DOS POETAS


Thiago de Mello
Poeta

Hoje, 20 de outubro, comemora-se um lindo dia: o DIA DA POESIA, o DIA DOS POETAS.

Agradeço à minha mãe por ter apresentado a mim os poetas que ela amava, por ter lido poemas lindos quando eu ainda não sabia ler, por dizer que os poetas é que sabem enxergar o mundo...

Agradeço aos meus poetas - àqueles que conheço pessoalmente e os de quem conheço apenas as palavras. Eles deixam minha vida mais leve, bonita e sonhadora...

Bom seria se todos também amassem a poesia e seus poetas...

Parabéns Poetas!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FÁBULA DA CONVIVÊNCIA

Há milhões de anos, durante uma era glacial, quando parte de nosso planeta esteve coberto por grandes camadas de gelo, muitos animais, não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições.

Foi, então, que uma grande quantidade de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começaram a se unir, juntar-se mais e mais.

Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam uns aos outros, aqueciam-se mutuamente, enfrentando por mais tempo aquele frio rigoroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...

Mas essa não foi a melhor solução! Afastados, separados, logo começaram a morrer de frio, congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito, com cuidado, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem magoar, sem causar danos e dores uns nos outros.

Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

(Autor desconhecido)

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o calor!
É fácil conviver com pessoas, difícil é formar uma equipe!

sábado, 17 de outubro de 2009

A ARTE DE SER FELIZ



Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ORAÇÃO DO PROFESSOR


Mesmo que eu fale todas as línguas dos homens e dos anjos,
se me faltar o amor, sou como um sino que tange.

Mesmo que eu deslumbre todos os alunos e
lhes fale maravilhas sobre todos os temas,
se me faltar o amor para lhes chegar ao coração,
com mensagem de verdade e vida,
sou como um disco a repetir palavras alheias,
sem compromisso social.

Mesmo que eu consuma a saúde em anos de trabalhos no magistério,
se não tiver amor, isto de nada me adianta,
pois estou longe de meus alunos e lhes dou tudo que tenho,
exceto entregar-me a mim mesmo.

O amor é paciente e respeita o ritmo de crescimento de cada aluno.
O amor é serviçal e se entrega sem reservas.
O amor não é invejoso e reconhece,
com alegria, todo o bom que existe no outro.

O amor não envaidece,
porque dá com a simplicidade de irmão e com a simplicidade do povo.
O amor não busca os próprios interesses,
pois quer o bem e o crescimento do outro,
a ponto de se esquecer de si mesmo.

O amor não se irrita,
nem perde o controle e a paz diante dos defeitos do aluno;
corrige-o para seu bem e não para desafogar a própria impaciência.
O amor tudo desculpa, porque conhece e compreende o coração do homem.

O amor jamais cessará.
A docência é apenas uma tarefa no caminho.
Quando chegarmos à meta,
não haverá sábios nem ignorantes,
pois seremos todos irmãos.

E de tudo que houvermos semeado,
só permanecerá o AMOR.

Um feliz dia, uma feliz vida a todos os professores que um dia nos fizeram pessoas melhores.

sábado, 10 de outubro de 2009

MINHA CRIANÇA

"Peço licença para falar na minha criança, a que mora aqui dentro e não me abandonará jamais. Talvez com a morte eu até regresse a ela. Os quase setenta anos que dela me separam não a removem. Ela ali está, magra e tímida, a me olhar e ditar comportamentos e reações.

Minha criança esteve em todos os meus filhos e aparece noS meus netos. Ela se refaz da morte da irmã e abre os olhos para o mundo, com a certeza de que veio ao mundo para alguma missão, embora sempre se considere inferior ao tamanho da mesma.

Minha criança sente enorme saudade de pai e da mãe com quem o adulto já não conta salvo no exemplo, na saudade e nas orações quando me domina uma fugídia sensação de estarem, incorpóreos, a meu lado, mas sem se manifestarem.

Minha criança possui incomensuráveis solidões diante do mistério do infinito. Ainda recua diante do violento, embora não o tema, e ainda se infiltra em episódios de distração e inocência inexplicáveis num homem com minha carga de vivências.

Minha criança ainda gosta de abraço caloroso, proteções misteriosas e de um modo de rezar que o adulto nunca mais conseguiu tais a entrega e a total confiança no mistério e na proteção de Deus.

Minha criança carrega o melhor de mim, é portadora de meu modo triste de falar de coisas alegres e de algum susto misterioso sempre que se lhe impõe alguma expectativa de enfermidade.


Minha criança é inteira, mansa, bondosa e linda. Eu a amo, preservo, e dou boas gargalhadas quando a vejo infiltrar-se nas graves decisões de algumas de minhas responsabilidades adultas.

Ninguém a vê, salvo eu. Ninguém a acaricia, salvo eu, que a estimo, procuro e admiro mais a cada dia e com quem converso histórias infinitas, que somente a imaginação pode conceber no universo maravilhoso da fabulação interior e solitária.

Diariamente passeio com minha criança e estou muito feliz por cumprimentá-la, levar-lhe balas, nuvens, aquele cão da meninice, as canções de minha mãe e os carinhos de meu pai."

Arthur da Távola

Que eu, Mima, também possa acarinhar sempre minha criança, dando a ela a oportunidade de sonhar e ser feliz.

Que ela guarde na saudade, o carinho do papai, da mamãe, das vovós, de todos aqueles que a amaram e que ela amou... E continua amando.

Seja feliz, minha criança!!!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PRELÚDIO - Alda Lara



(Dedicado a Lídia, minha ama negra)

Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvílias vermelhas,
nem vestidinhos de folhos,
nem brincadeiras de guizos,
nas suas mãos apertadas.

Só duas lágrimas grossas,
em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
voz de silêncio batendo
nas folhas do cajueiro...
Tem voz de noite, descendo,
de mansinho, pela estrada...

Que é feito desses meninos
que gostava de embalar?...
Que é feito desses meninos
que ela ajudou a criar?...
Quem ouve agora as histórias
que costumava contar?...

Mãe-Negra não sabe nada...
Mas ai de quem sabe tudo,
como eu sei tudo
Mãe-Negra!...

É que os meninos cresceram,
e esqueceram
as histórias
que costumavas contar...
Muitos partiram pra longe,
quem sabe se hão-de voltar!...

Só tu ficaste esperando,
mãos cruzadas no regaço,
bem quieta bem calada.

É a tua a voz deste vento,
desta saudade descendo,
de mansinho pela estrada...

Resistência Africana-Antologia Poética, Diabril Editora, 1975 - Lisboa, Portugal

Um pouco de Alda Lara
 
Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque. nasceu em Benguela, Angola, em 09.6.1930 e faleceu em Cambambe, Angola, em 30.1.1962.
 
Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova veio para Lisboa onde concluiu o 7º ano do Liceu.
Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, licenciando-se por esta última. Em Lisboa esteve ligada a algumas das atividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos.
 
Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira instituiu o Prêmio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI).


Obra poética:

Poemas, 1966, Sá de Bandeira, Publicações Imbondeiro;
Poesia, 1979, Luanda, União dos Escritores Angolanos;
Poemas, 1984, Porto, Vertente Ltda. (poemas completos).






sexta-feira, 2 de outubro de 2009

É o RIO!!!



Pois é, deu Rio!!! E, é mesmo muito bom... o mundo vai conhecer melhor nosso país, nossa gente, nossa cidade maravilhosa, afinal, tem cidade mais linda???

Não sou carioca, mas vivi lá no final dos anos 60 e como foi bom!!! Ipanema era tranquila, por lá circulava o pessoal da bossa-nova e, quando ia passear pela rua Montenegro, hoje Vinícius de Moraes era comum se cruzar com Vinícius, Tom... um privilégio!!!

Tomar chopp no Barril 500, passear à noite no calçadão com o marido, ir à praia de manhã com os filhos... tudo de bom!!! Hummm, dá uma saudade!!! Sempre digo pro meu marido que, se fosse pra mudar pra lá... já estaria de malas prontas!!! Sei que muita coisa mudou, mas a alma, o jeito do Rio, ah, isso não mudará nunca...

Parabéns pro Rio e que o mundo veja como papai do céu estava inspirado quando criou aquela cidade...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Outro amigo poeta - Alberto Centurião

Alberto Centurião, além de poeta, é conferencista e consultor em comunicação e relacionamento com clientes, atendimento, vendas e mercadologia, sendo autor dos livros Brasil - 500 Anos de Mau Atendimento e Call Center ao alcance de todos, autor/diretor de teatro-treinamento e roteirista de vídeos para desenvolvimento profissional, e autor do espetáculo-treinamento O Gosto e o Vintém - Meio Século de Vendas.

Ao ler um poema de 1938


uma coisa tão pequena
passageira
tão desimportante
registrada um dia
há tanto tempo
por alguém já esquecido
que se perdeu no tempo
como pode de repente
rebentar no peito
de um leitor atento
essa dor latente
velho livro
que abre asas
para o sonho recorrente
recém desarquivado
revoando em nova mente
em novo tempo
eterno instante
o sentimento do escritor
revive no leitor