sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Só por hoje

Como já devem ter percebido, gosto muito de poesia e essa é uma das minhas preferidas. É bem o que estou disposta a fazer... não só por hoje...

Só por hoje

vou rasgar os códigos.
Desacato as regras,
a água morna,
os preços módicos.

Só por hoje
desacredito das retas,
descarrilho do trilho,
desvio das setas.

Preciso de tempo pra sonhar,
respirar fundo e carregar na mão
o sal da vida e o mel do mundo.

Se o compromisso tocar a campainha,
peço que aguarde na casa vizinha,
mansamente, sem fazer alarde.
Mas comunico a todos pela imprensa
que sumiu a lucidez.
Pediu licença.
É só por hoje,
mas agora é minha vez.

Flora Figueiredo

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DINHEIRO, MODO DE USAR


Educação financeira é um dos assuntos do momento entre os adultos que participam da educação dos mais novos. Pais e escolas querem que crianças e adolescentes tenham uma visão equilibrada do dinheiro e de seu uso. Tarefa difícil, principalmente quando lembramos que vivemos na era do consumo.


Para os adultos, já é difícil lidar com essa questão. Com maior regularidade do que eu gostaria, me surpreendo comprando pequenas inutilidades domésticas. Com muito custo, consegui superar o gasto com as grandes inutilidades. Pessoas conhecidas gastam mais do que deveriam e contraem dívidas desnecessárias: carros maiores do que precisam, inovações tecnológicas que pouco facilitam a vida, roupas e acessórios caríssimos, entre outras coisas. E queremos ensinar o uso parcimonioso do dinheiro!

Corretíssimo que nosso anseio seja o de que eles nos superem e não repitam nossos defeitos -faz parte dos princípios de uma boa educação. Entretanto, poderíamos fazer mais do que tentar introduzir na escola -para citar um exemplo- a educação financeira.

Poderíamos começar reduzindo a lista de materiais que os pais compram para os filhos iniciarem animados o ano letivo. Dei uma rápida olhada em listas enviadas pelas escolas e conversei com algumas mães a respeito. Comecemos pelos pedidos das escolas.

Crianças que frequentam a educação infantil precisam levar de 100 a 500 (!) folhas de papel, fora os lápis coloridos, papéis e tintas dos mais variados tipos, colas, pastas, cadernos, agenda etc.

Alunos que frequentam o ensino fundamental e médio precisam levar agenda, cadernos espirais com cem folhas, calculadora e livros, muitos livros! Ah, se a relação entre quantidade de material e aprendizagem fosse direta! Mas não é o que tem ocorrido, como indicam as avaliações internacionais.

Como se não bastasse o exagero dos pedidos de muitas escolas, os pais adicionam outras coisas às listas: malas enormes, mochilas de marca, estojos com múltiplos compartimentos e lápis, canetas e borrachas suficientes para recheá-los.

Para ir à escola são necessários poucos acessórios: um lápis, uma caneta, uma borracha, um apontador, um caderno e os livros. Basta isso, já que não são tais objetos os responsáveis pelo bom aproveitamento do aluno. Aliás, quanto mais material, maior a distração e menor a disposição para a concentração e o esforço para aprender.

Bem, mas não é só em relação ao material escolar que os pais ensinam o mau uso do dinheiro aos filhos: é também no valor da mesada que dão, na compra de roupas, brinquedos e outras coisas que eles já têm -e em grande quantidade. Como as crianças aprendem principalmente observando os pais, seria bom que eles fizessem mais do que colocar o filho em cursos de educação financeira.

Rever os próprios hábitos de consumo e usar a mesada como estratégia educativa talvez sejam os recursos mais poderosos que os pais têm para dar uma boa educação financeira aos filhos.


Categoria: Folha Equilíbrio 29.1.2009

Escrito por Rosely Sayão - Folha Equilíbrio - 29.01.2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

RECEITA MARAVILHOSA

CARNE COM CURRY E COCO

Rende:
4 porções de 150 g
Calorias por porção:
150

INGREDIENTES

1 col. de (sopa) rasa de margarina light
1 cebola pequena picada
1/2 pimentão
1 col. (sopa) de curry
1 col. (sopa) de farinha de trigo
1/2 xíc. (chá) de água
1 tablete de caldo de carne
1 maçã cortada em pedacinhos
1 col. (sopa) de coco ralado
1 col. (sopa) de uvas passas
250 g de carne de boi magra cozida em pedaços
1 col. (sopa) de salsinha

MODO DE FAZER

1. Derreta a margarina numa frigideira e frite a cebola e o pimentão até amolecer, junte o curry e a farinha de trigo e deixe no fogo por mais 1 minuto.
2. Acrescente o caldo de carne previamente dissolvido na água e vá mexendo até engrossar.
3. Acrescente a maçã, o coco, as passas e cozinhe por 10 minutos.
4. Junte a carne e continue cozinhando por mais 10 minutos.
5. Salpique salsinha e sirva quente.

domingo, 22 de novembro de 2009

HEITOR VILLA-LOBOS

comemoração dos 50 anos do falecimento de Heitor Villa-Lobos, é sempre bom nos recordarmos de sua vida, de sua música.

Formatei um PPS sobre ele e, quem quiser é só pedir que enviarei.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Jogo França x Irlanda

Pivô de polêmica, Thierry Henri diz que jogo França x Irlanda deveria ser anulado


O atacante Thierry Henry, que colocou a mão na bola no lance do gol que classificou a França para a Copa-2010, disse nesta sexta-feira que aprova o pedido da Irlanda de repetir a partida, apesar de a Fifa já ter descartado essa possibildade.

"Repetir a partida seria a solução mais justa", afirmou o francês Henry em um comunicado enviado a um canal de TV britânico.

"Mas isso [decidir sobre a partida] está fora do meu controle. Pouco posso fazer além de admitir que a bola esteve em contato com minha mão antes do gol e que sinto muito pelos irlandeses."

Na quarta-feira, em Saint-Dennis, no jogo de volta pela repescagem das eliminatórias da Europa para a Copa, a França chegou ao empate com a Irlanda na prorrogação com um gol irregular, após terminar o tempo normal perdendo por 1 a 0.

Thierry Henry, capitão da seleção da França, domina a bola com a mão na área, antes de fazer o passe para o gol contra a Irlanda.

No lance, Henry dominou a bola com a mão e tocou para Gallas, que desviou para as redes. Com o resultado, os franceses ficaram com a vaga, pois venceram o jogo de ida, em Dublin, por 1 a 0.

"Não sou um trapaceiro, nunca fui. Foi uma reação instintiva a uma bola que chegava extremamente rápido em uma área muito povoada", disse Henry na ocasião.

"Nunca neguei que controlei a bola com a mão. Disse isso aos jogadores irlandeses, ao árbitro e aos jornalistas."

A Irlanda havia solicitado à entidade que o jogo fosse disputado novamente, alegando que "a decisão grosseiramente incorreta do árbitro de validar o gol feriu a integridade do esporte". No entanto, não teve atendido o pedido.

Minha opinião:

Mas por que, então, Henry não teve coragem de admitir durante o jogo que tinha feito o gol com a mão??? Claro que ficou com medo dos franceses, mas, certamente seria reverenciado, não só pelos irlandeses, mas por todo o mundo.

É, coragem de enfrentar é para poucos, não para Thierry Henry, que, com seu medo tirou o sonho dos irlandeses - lamentável!!!

É isso...

HUMILDADE MINEIRA




Três paulistas querendo contar vantagem pro mineirim:

1º. paulista: - Estou com a grana... e vou comprar a Vale do Rio Doce!
2º. paulista: - Estou muito rico... e vou comprar a Fiat Automóveis!
3º. paulista: - Estou milionário... e vou comprar a Usiminas!

E os três ficam esperando o quê o mineiro vai falar.
O minerim arruma o chapéu na cabeça, dá uma pitada no cigarro de palha, dá uma cuspida, engole a saliva, faz uma pausa... e diz:

- Num vendo!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

DEUS EM MEU QUINTAL

Alguns guardam o domingo indo à igreja
eu o guardo ficando em casa
tendo um sabiá como cantor
e um pomar por santuário.

Alguns guardam o domingo em vestes brancas
mas eu só uso minhas asas
e ao invés de repicar dos sinos da igreja
nosso pássaro canta na palmeira.

É Deus que está pregando, pregador admirável
e o Seu sermão é sempre curto
Assim, ao invés de chegar ao céu só no final,
Eu o encontro o tempo todo no quintal.

Emily Dickinson

terça-feira, 17 de novembro de 2009

UM VÍDEO



Cancão da Terra

Written and Composed by Michael Jackson.
Escrito e composto por Michael Jackson.


Produced by Michael Jackson.
Produzido por Michael Jackson.


What about sunrise
E quanto ao nascer do sol?
What about rain
E quanto a chuva?
What about all the things
E quanto todas as coisas
That you said we were to gain...
que você disse que nós ganhamos...
What about killing fields
E quanto matar os campos?
Is there a time
Existe um tempo?
What about all the things
E quanto todas as coisas
That you said was yours and mine...
que você disse que eram suas e minhas...
Did you ever stop to notice
Você já parou pra observar?
All the blood we've shed before
Todo o sangue que derramamos antes
Did you ever stop this notice
Você já parou pra observar?
This crying Earth this we make sure?
Esta terra está chorando, nós certamente fizemos isso?
Aaaaaaaaaah Aaaaaaaaaah
Aaaaaaaah Aaaaaaaaah
What have we done to the world
O que fizemos com o mundo?
Look what we've done
Olhe o que fizemos?
What about all the peace
E quanto toda a Paz
That you pledge your only son...
que você prometeu a seu único filho...
What about flowering fields
E quanto aos campos floridos?
Is there a time
Existe um tempo?
What about all the dreams
E quanto todos os sonhos
That you said was yours and mine...
que você disse que eram seus e meus?
Did you ever stop to notice
Você já parou pra observar?
All the children dead from war
Todas as crianças mortas na guerra
Did you ever stop to notice
Você já parou pra observar?
This crying Earth this we make sure?
Esta terra está chorando, nós certamente fizemos isso?
Aaaaaaaaaaah Aaaaaaaaaaah
Aaaaaaaaah Aaaaaaaaaah
I used to dream
Eu sonhava
I used to glance beyond the stars
Eu costumava olhar além das estrelas
Now I don't know where we are
Agora eu não sei onde nós estamos
Although I know we've drifted far
Embora eu saiba que estavamos a deriva
Aaaaaaaaaaah Aaaaaaaaaaaah
Aaaaaaaaah Aaaaaaaaaaah
Aaaaaaaaaaah Aaaaaaaaaaaah
Aaaaaaaaah Aaaaaaaaaaah
Hey, what about yesterday
Ei, E quanto ontem?
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about the seas
E quanto os mares?
(What about us)
(Quanto a nós?)
The heavens are falling down
Os Céus estão caindo
(What about us)
(Quanto a nós?)
I can't even breathe
Eu mal posso respirar
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about everything
E quanto tudo?
(What about us)
(Quanto a nós?)
I have given you
Eu tenho dado a você
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about nature's worth
E quanto o vale da natureza?
(ooo,ooo)
(ooo,ooo)
It's our planet's womb
É o ventre do nosso planeta
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about animals
Quanto aos animais?
(What about it)
(Quanto a nós?)
We've turned kingdoms to dust
Nós transformamos os reinos em pó
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about elephants
Quanto aos elefantes?
(What about us)
(Quanto a nós?)
Have we lost their trust
Perdemos a confiança deles
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about crying whales
E quanto as baleias chorando?
(What about us)
(Quanto a nós?)
We're ravaging the seas
Devastamos os mares
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about forest trails
E quanto as trilhas?
(ooo, ooo)
(ooo,ooo)
Burnt despite our pleas
Queimada apesar de nossos fundamentos
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about the holy land
E quanto a terra santa?
(What about it)
(Quanto a nós?)
Torn apart by creed
Dilacerada pela crença
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about the common man
Quanto ao homem comum?
(What about us)
(Quanto a nós?)
Can't we set him free
Não podemos liberta-lo
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about children dying
E quanto as crianças morrendo?
(What about us)
(Quanto a nós?)
Can't you hear them cry
Não consegue ouvi-las chorar?
(What about us)
(Quanto a nós?)
Where do we go wrong
O que fazemos de errado?
(ooo, ooo)
(ooo,ooo)
Someone tell me why
Alguém me disse por quê
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about baby boy
E quanto ao garotinho?
(What about it)
(Quanto a nós?)
What about the days
E quanto aos dias?
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about all their joy
E quanto a alegria deles?
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about the men
E quanto aos homens?
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about the crying man
E quanto ao homem chorando?
(What about us)
(Quanto a nós?)
What about Abraham
E quando ao Abraham?
(What was us)
(O que nós fomos?)
What about death again
E quanto a morte novamente?
(ooo, ooo)
(ooo,ooo)
Do we give a damn
Nós demos uma maldição
Aaaaaaaaaaaaah Aaaaaaaaaaaaah
Aaaaaaaaaaah Aaaaaaaaaaaah

Receita para afastar pernilongo

Recebi de uma amiga a receita que, segundo ela, é infalível para afastar pernilongos.
Ontem, no final da tarde esparramei vários pratinhos com a tal receita e... dormimos a noite toda!!!

Tomara que os vampirinhos não se acostumem com o cheiro, que é delicioso!!!

Como hoje está mais quente que ontem, quando estava fresco, o teste será mesmo hoje à noite. Depois eu conto...

E a receita é simplesmente cortar limões ao meio e espetar cravos... Vejam a foto. É isso...


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Pra que serve um pernilongo???



Nessa época do ano, aqui onde moro vira a maior festa de pernilongos... e, sempre me pergunto: pra que serve um pernilongo??

Parece que eles fazem de propósito: é só a gente apagar a luz e querer dormir que lá vem a cantoria, a serenata. Fiquei sabendo que quem suga nosso sangue é a fêmea, a pernilonga e não é para se alimentar não, é para mandar o dito cujo para suprir seus ovos.

Então, além de ser picada, ficar com coceira, não conseguir dormir, ainda estou alimentando os futuros seresteiros!!

E, como na vida tudo dá o que pensar... fiquei imaginando quantas pessoas são verdadeiros pernilongos na vida da gente, sempre perturbando. E, pensando mais um pouco: será que ando sendo pernilongo na vida de alguém??

Êta, filosofar numa noite assim é demais!!!

É isso...

domingo, 15 de novembro de 2009

A CANÇÃO DO TEMPO QUE NÃO VIRÁ



Todas as bocas só me pedem versos,
como se de versos fosse todo eu feito:
a goteira do rancho; o menino sem livro;
o chão sem semente; a boca sem riso;
a rede sem peixe; o enfermo sem leito;
o rancho com fome; o livro mais caro;
a semente com dono; o riso com uísque;
o peixe com preço; o leito com lã...

E, então, me perguntam porque faço versos,
que gemem de dor; que choram de ódio;
que geram silêncios; que babam consciências;
que abortam questões; que fundem idéias;

e, a todos, eu digo
que somos irmãos;

que os versos que faço
me veem de seus olhos:
de mães que amamentam,
sem leite nos seios;
de pais que derretem
energias na luta;
de meses contados
com baixos salários;
do brilho do esmalte,
de mãos femininas;
da moeda que lembra
os burgueses redondos;
de todas as formas
que deram ao Cristo!

Os versos que fiz caminham sozinhos;
e a mim já voltaram milhares de vezes,
em forma de voto!

Eu sou a tribuna da voz dos humildes;
sou praga escaldando a grande mentira
de todo o que colhe, sem nada plantar!

Eu quero o Direito, a Verdade, o Amor!
Eu quero arrancar do olhar da Justiça
a venda que a impede de ver o que vejo!

Lauro Rodrigues - poeta gaúcho - 1918 -  1978

* Veja Rodrigo Medeiros declamando a poesia
no Programa Galpão Nativo, no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=SMksyn-lYcY

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pensamentos do dia

"O segredo da saúde, mental e corporal, está em não se lamentar pelo passado, não se preocupar com o futuro, nem se adiantar aos problemas, mas viver sábia e seriamente o presente."     (Buda)

"Os que sonham de dia têm conhecimento de muitas coisas que escapam aos que sonham à noite."    (Edgard Allan Poe)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

POESIA AFRICANA

Caminhos de musseques


Caminhos dos musseques
lá onde a areia entra pelos sapatos
daqueles que têm sapatos
lá onde o sol se filtra pelas fendas
pelos buracos dos pregos
dos tetos de zinco.

Caminhos antigos.
Caminhos antigos como o Mundo.

A cidade empurrou os musseques
e o cacimbo caiu mais de mansinho
escondendo as figuras esguias
e os rostos de chumbo.


onde a esteira cobre o chão varrido todas as manhãs

onde a fuba substitui todas as claridades

onde a cerveja escorre pouco
porque não há dinheiro de comprar.

Caminhos antigos
onde a eletricidade começa a fazer circular
“ideias estrangeiras”
onde os motores dos carros
acordam as madrugadas das crianças
que antigamente ouviam passarinhos.

As fendas, os muros, os tetos
os buracos dos caminhos
esboroando-se no passado
alcatrão penetrando e desmentindo a mudança
cimento e cal erguendo os muros cinzentos das fábricas
saias lutando contra os panos das velhas
telefone até.

Nas almas... um grande vazio
preenchido pelos merengues que vêm de fora.

Lá – caminhos da vida
Lá no mato. Lá no campo. Lá na floresta. Lá no estrangeiro.
Lá onde se nasce, vive e morre todos os dias
com kambaritókué ou sem ele
com um lençol simples ou uma vala comum
morrendo apenas é que tudo acaba.

A vida tem de ser dignamente vivida.
Vamos juntar as nossas cobardias
os nossos sofrimentos
as nossas ansiedades
nossas angústias
nossos sorrisos
nossos sarcasmos
a nossa coragem
nossas vidas.

Vamos
Lá – no musseque – areais vermelhos
onde passam os caminhos da vida
e vamos
dizer
corajosamente
às crianças que esperam o nosso exemplo
que este quintal
tem de ser estrumado com sangue
adubado de sofrimento
cultivado com as dores
mangueiras
anoneiras
gindungueiros
frutificando ao sol e ao luar
para quê dizer mais versos
que só o povo entende?

Ernesto Lara Filho (No reino de Caliban II - antologia panorâmica de poesia africana de expressão portuguesa)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma piadinha pra terminar o dia



Esquecimento

Na sala de TV, o velhinho levanta e a mulher pergunta:

- Aonde você vai?
- À cozinha - responde ele.
- Você não quer me trazer uma bola de sorvete? - pede ela.
- Lógico! - responde o marido, solícito.
- Você não acha que seria bom escrever isso no caderno?
- Ah, vamos! - ironiza o velhinho - pode deixar que eu vou me lembrar disso!

Então ela acrescenta:
- Então me coloca calda de morango por cima. Mas escreve para não ter perigo de esquecer.
- Eu lembro disso. Já sei que você quer uma bola de sorvete com calda de morango.
- Ah! Aproveita e coloca um pouco de chantili em cima! Mas lembra do que o médico nos disse... Escreve isso no caderno.

Irritado, o velhinho exclama:
- Ah, que saco! Eu já disse que vou me lembrar!

Em seguida vai para a cozinha.
Depois de uns vinte minutos, ele volta com um prato com uma omelete.

A mulher olha para o prato e diz:
- Eu não disse que você iria esquecer? Cadê as torradas!?!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

GOSTA DE LER??? De novo...

Sobre aquele site que indiquei, já adicionei alguns livros que li e que quero ler - se quiserem ver é só acessar:

www.skoob.com.br/usuario/mostrar/43854

É isso...

FLOR DE LÓTUS



No dia em que a flor de lótus desabrochou

A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.

Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.

Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração.

Rabindranath Tagore


GOSTA DE LER???

Se você gosta de ler, conhecer, trocar, compartilhar livros e informações sobre eles, acabei de conhecer um site bem interessante.

Lá você faz um cadastro e passa a ter um espaço para divulgar os livros que já leu, que está lendo, que pretende ler etc., além de ter oportunidade de conhecer outros, já que tem acesso a essas informações.

O site é: http://www.skoob.com.br/ - já fiz meu cadastro e estou começando a fazer minha lista.

É isso...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

NUNCA NINGUÉM SABE

Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar.

Por isso o meu verso tem esse quase imperceptível tremor...
A vida é louca, o mundo é triste:
Vale a pena matar-se por isso?
Nem por ninguém!
Só se deve morrer de puro amor...


Mário Quintana

terça-feira, 3 de novembro de 2009

EU OUÇO MÚSICA


Eu ouço música como quem apanha chuva:
resignado
e triste
de saber que existe um mundo
do Outro Mundo...

Eu ouço música como quem está morto
e sente

um profundo desconforto
de me verem ainda neste mundo de cá...

Perdoai,
maestros,
meu estranho ar!

Eu ouço música como um anjo doente
que não pode voar.



Mário Quintana

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ

"Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue com
Deus por Ele haver me levado.

Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a
meu respeito, ouça e acrescente sua versão.

Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri,
mostre que eu tinha um pouco de santo, mas
estava longe de ser o santo que me pintam.

Se me quiserem fazer um demônio, mostre que
eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas
que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Espero estar com Ele o suficiente para continuar
sendo útil a você, lá onde estiver.

E se tiver vontade de escrever alguma coisa
sobre mim, diga apenas uma frase:
"Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis
mais perto de Deus!"

Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas
não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de
minha nova tarefa no céu.

Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha
na direção de Deus.
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz
vendo você olhar para Ele.

E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí,
sem nenhum véu a separar a gente,vamos viver,
em Deus, a amizade que aqui nos preparou
para Ele.

Você acredita nessas coisas?
Então ore para que nós vivamos como quem
sabe que vai morrer um dia, e que morramos
como quem soube viver direito.

Amizade só faz sentido se traz o céu para
mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo
o seu começo. Mas, se eu morrer antes de
você, acho que não vou estranhar o céu..
Ser seu amigo... já é um pedaço dele..."

Chico Xavier


domingo, 1 de novembro de 2009

COMO LIDAR COM O ADEUS À VIDA

Dra. Elizabeth Kubler Ross, psiquiatra suíça radicada nos Estados Unidos, morreu em 24 de agosto de 2004, com 78 anos, aceitando seu final de vida. Ela é considerada uma das 100 mais importantes personalidades do século XX. Foi uma pesquisadora pioneira na área de humanizar a morte e o morrer. Ela criou a Tanatologia, isto é, o estudo do processo do morrer humano.

Alguns pensamentos dela:

"Os que aceitam a morte, antes de temê-la ou lutar contra, se tornam nossos mestres de vida".
"O morrer não deve ser temido. Ele pode se transformar na experiência mais fantástica de sua vida. Tudo depende da forma como você vive".
"A última lição que todos temos de aprender é o amor incondicional, que não é somente amor para com o próximo, mas também para nós mesmos".

Que o Dia de Finados seja um dia de reflexão sobre a vida.