quinta-feira, 29 de abril de 2010

ISMÁLIA - Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



Alphonsus de Guimaraens 


Afonso Henriques da Costa Guimaraens, nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Vimaraens. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros,  

Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.

(fonte: Itaú Cultural)


Publicado no livro "Pastoral aos crentes do amor e da morte" este poema, integrante da série "As Canções", foi incluído no livro “Os cem melhores poemas brasileiros do século”, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2001, pág. 45, uma seleção de Ítalo Moriconi.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ganso, Neymar, Robinho e Brum visitam Lar Mensageiros da Luz

É muito bom vermos quando as pessoas refletem sobre atitudes tomadas e, demonstrando generosidade, não só refletem mas agem.

Foi o que aconteceu...

Os atletas Paulo Henrique Ganso, Neymar, Robinho e Roberto Brum visitaram o Lar Espírita Mensageiros da Luz, em Santos (SP), no início da tarde de 12 de abril. A iniciativa partiu dos próprios santistas, que conheceram as 34 crianças e adultos atendidos pela casa, portadores de paralisia cerebral, e se emocionaram.
 

O atacante Robinho aproveitou para levar a camisa de número 200, feita em homenagem ao número de jogos que o craque completou no jogo contra o São Caetano. Ela foi usada no jogo de quarta-feira, contra o Guarani, pela Copa do Brasil, e leiloada pela Internet esta semana.
 
Parabéns aos meninos do Santos. Assim fica demonstrado que não só atletas da bola, mas também do coração.

sábado, 24 de abril de 2010

Tarcísio Passos e sua crítica do filme CHICO XAVIER

Fui ontem, na noite de estreia, assistir ao filme mais badalado dos últimos anos: Chico Xavier - O Filme. Sessões lotadas e muita expectativa. Uma expectativa que podia ser notada no semblante de cada um que encarava aquela fila. Uma salada etária e, provavelmente, recheada de muitos credos.

O filme é de uma beleza incrível. Conta a história de um dos maiores e mais respeitados espíritas do mundo - Chico Xavier - (interpretado nas três fases de sua vida por Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier), desde a sua infância até a sua morte, ou melhor, até a sua desencarnação.

Com relação a filmes, costumo brincar dizendo que adoro saber o final antes de assisti-lo. E neste, em particular, disse a todos que estavam lá comigo, que já sabia o que aconteceria... que seria moleza. Disse em alto e bom tom: Fácil, fácil esse final: o Chico morre no final!

Sessão lotada, acomodamo-nos nas primeiras filas do cinema, e mesmo que tudo pudesse nos levar a uma pré-impressão do que seria o filme, qual o seu significado e qual o seu objetivo, engana-se quem imaginou que o filme seria uma propaganda ao espiritismo ou mesmo uma publicidade ao próprio Chico Xavier.

O filme é apenas a celebração de um grande homem, que este ano, caso estivesse vivo (encarnado), completaria um século de vida. Deste, seriam 96 anos de dedicação, não à doutrina espírita, mas à bondade, ao desejo de servir ao próximo. O filme emociona, alegra e nos faz refletir o quanto e por tão pouco sacrifício, fazer o bem é um exercício que fortalece a nossa alma.

A vida de Chico Xavier foi marcada por sacrifícios. Ele enfrentou-os e seguiu em frente. Ajudou e foi ajudado. Sobreviveu a uma enxurrada de acusações, críticas e desconfianças. Muitos de nós passamos por tudo isso. Mas a grande virtude do Chico (a gente se sente tão íntimo do mestre espírita) foi, sem dúvida, a sua capacidade de transformar essas dificuldades a favor do bem. A bondade era sua, sempre presente, companhia.

O filme é extremamente lindo. Surpreendente a maneira como Daniel Filho (Diretor) retratou a vida e obra do Chico Xavier. O filme não tem a pretensão de formar novos seguidores do espiritismo. Mas não há um segundo sequer do filme que você, espírita ou não-espírita, não se emocione, não se questione. Muitos se verão neste filme.

Pois bem, recomendo a todos que venham assistir ao filme. Aqui, na sessão de estreia, além da beleza do filme, uma certeza: O Chico não morreu... Enquanto houver a bondade, ele estará vivo. Eu errei o final do filme, mas o pós- filme me surpreendeu ainda mais...

Encerra-se o filme e as pessoas saem... Silêncio... Um lindo silêncio...

Coisa mais linda que eu já pude presenciar em um cinema em toda a minha vida.

Obrigado Chico, esteja em Paz!

Vá assistir ao Chico. Eu recomendo.

(Tarcisio Passos é crítico de cinema)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DRUMMOND

Acabei de assistir, no CANAL BRASIL, a um programa maravilhoso sobre Carlos Drummond de Andrade: "O POETA DE SETE FACES".

Atores falavam suas poesias em locais maravilhosos; entrevistas dadas pelo poeta, além de vídeos, filmes... Simplesmente lindo!!!

E, dizem que na TV nada se aproveita... é só procurar que se encontra muita coisa boa.

É isso...

23 de abril - DIA NACIONAL DO CHORO

O Dia Nacional do Choro é comemorado em 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro.

Em 2004, eventos lembraram a data em várias cidades do Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Juiz de Fora, Niterói, Santos, São João do Meriti, Uberaba e Uberlândia, São José dos Campos, para citar algumas. Até no exterior, na França e no Japão, o Dia Nacional do Choro foi comemorado.

O CHORO
O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século 19, e nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia.

O século 20 traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha.

PIXINGUINHA

Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. Carinhoso, Lamento, Rosa, 1 x 0, Ainda Me Recordo, Proezas de Solon, Naquele Tempo, Vou Vivendo, Abraçando Jacaré, Os Oito Batutas, Sofres Porque Queres, Fala Baixinho, Ingênuo, estão entre algumas de suas principais composições.
O apelido Pixinguinha veio da união de pizindim – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante. Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem nenhum caráter” freqüenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum Bexiguento” (Rio de Janeiro, FUNARTE, 1979).

Fonte: www.cecac.org.br

TOP BLOG

Fiquei... estou lisongeada por ter tido meu blog, meu recanto indicado para o TOP BLOG. E, só posso agradecer por todo carinho e incentivo que tenho recebido.

Mas, já que estou na competição... vou precisar da ajuda de todos... E, desde já, gracias!

É isso.

domingo, 18 de abril de 2010

ARTIGO DE WALCYR CARRASCO - VEJA SP


"Há pouco tempo, recebi a visita de um amigo acompanhado por um casal com um filho pequeno. O garoto, inquieto, se remexia no colo da mãe e gritava, enquanto conversávamos. Sem me pedir, a mãe pegou um tamborzinho hindu que estava dependurado na parede e deu para o filho brincar. O menino se acalmou. Continuei a conversa com um olho nas visitas, outro no tambor. Tratava-se de um presente enviado por uma grande amiga que vive na Inglaterra. Na despedida, o garoto continuava com o tambor. Sorridente, a mãe declarou:

— Agora não dá mais para tirar dele! Vai ter de levar!
— Sinto muito, mas é de estimação — respondi.

Brava, a mulher convenceu o filho a me devolver o tamborzinho. Soube mais tarde que me achou um “mal-educado”. Pensei: e o garoto? Vai crescer achando que pode entrar na casa alheia e pegar o que quiser!

Certa vez recebi a visita de um casal de amigos com o filho de 6 anos. O pimpolho começou a pular no meu pufe de camurça, sem parar, como se fosse uma cama elástica. A mãe olhou e sorriu. O pai nem prestou atenção. As botinhas sujavam o tecido. Fico sem jeito diante da falta de educação alheia. Timidamente, pedi:

— Pare de pular, senão vai estragar o pufe.

Ofendida, a mãe disse não gostar que dessem ordens a seu filho. Meu pufe ficou cheio de marcas. Tive de trocar o tecido! Em restaurantes, então, nem se fala. Em um sábado, eu e um amigo fomos almoçar em uma cantina italiana. Mesas adiante, um garotinho saltou da cadeira. Correu pelo salão aos gritos. Os pais comiam calmamente enquanto ele infernizava o restaurante inteiro. De vez em quando, a mãe o chamava com voz fraca:

— Vem cá...

O menino não obedecia. Trombou nas pernas de um garçom e caiu no chão. Gritou tão alto quanto um personagem de filme de terror. O pai dispôs-se a abandonar o prato de lasanha para pegá-lo no colo. Ele gritou ainda mais alto. Logo passou. Em minutos, o garoto voltou a se comportar como se estivesse no playground de seu prédio.

É injusto dizer que isso é coisa de brasileiro. Recentemente, em uma viagem a Edimburgo, na Escócia, tomei um ônibus turístico, que percorria a cidade com uma guia explicando seus principais pontos. No primeiro banco se sentava uma mulher com uma menininha linda, de uns 2 anos. A garota não parava de gritar. O passeio se tornou torturante. A guia de meia-idade tentava delicadamente conter a garota. A mãe não dizia uma palavra. Finalmente, a guia pediu:

- Por favor, fique quieta. Deixe os outros passageiros aproveitarem!

A menina não entendeu. A mãe continuou muda. Ausente.
Pior é quando acontece em viagem de avião. Sei que é exaustiva para uma criança, mas também é desesperador ouvir gritinhos ou choros horas a fio sem que os pais nem tentem resolver a situação.

Quando criança, eu tinha uma boa ideia de como devia me comportar. Minha mãe avisava ao sair de casa:

— Não vá fazer manha!

Cresci com a noção de que se deve respeito ao próximo. Os pais podem evitar atividades cansativas que alterem o humor da criança. Já vi uma jovem em um museu com o filho de colo. Obviamente, o menino se irritou. Também existem situações inevitáveis, como viagens. Sinto uma solidariedade instintiva diante de pais que viajam com crianças pequenas. Terrível é quando deixam os filhos tripudiarem sem um gesto sequer.

Definir limites é importante. Que educação é essa que não ensina o respeito ao próximo? Mas talvez certos pais modernos achem que também podem tudo. Esse é o problema."


CONCORDO... É isso mesmo...

sábado, 17 de abril de 2010

Algumas pessoas, depois de lerem o post sobre o MENSAGEIROS DA LUZ enviaram mensagens para meu e.mail.

Achei interessante as opiniões e agradeço por elas.

Abraços a todas.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

LAR MENSAGEIROS DA LUZ

Abaixo estão algumas fotos do LAR MENSAGEIROS DA LUZ, entidade espírita que cuida de de pessoas que necessitam de ajuda. Ninguém pergunta se são espíritas, evangélicos ou católicos, apenas oferecem e dão carinho, apoio, remédios e sobretudo muito amor.

Jesus, nosso mestre, disse "Amai ao próximo", mas parece que aqueles moços ainda não entenderam essa mensagem...

E, os espíritos ditaram que "Fora da caridade não há salvação". E, a caridade verdadeira não pergunta, não questiona quem você é, qual sua religião, se tem ou não fé...

Que pena, moços do Santos, vocês aprenderiam MUITO se tivessem entrado naquele local... Imagino que a vida de vocês seria bem melhor do que apenas a alegria de 1, 2, e tantos gols.

Esse gol... vocês não fizeram... e era mais fácil que a cobrança de um pênalti.

Ah, uma informação: nem de rituais não precisariam ter medo: a Doutrina Espírita NÃO TEM rituais...

Que as pessoas cuidadas pelo LAR sejam sempre abençoadas, e também aqueles que a elas dão tanto amor e dedicação.

É isso...


quarta-feira, 14 de abril de 2010

ONTEM FOI O "DIA DO BEIJO"...


Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta.
Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio.
Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV.
Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte.

E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias.

Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.


(Martha Medeiros)

domingo, 11 de abril de 2010

REENCONTROS

Existem muitas ocasiões nas quais temos felizes reencontros, e um deles é casamento.

Num casamento de pessoa da família reencontramos tios, tias que não vemos há tempos, primos, amigos de colégio, de praia, de viagens. É sempre um dia, uma noite feliz, quando fatos do passado chegam sem pedir licença e são revividos como se vividos ontem... E, que delícia!!!

Ontem fui ao casamento de uma sobrinha, que também é minha afilhada. Foi em Campinas, ela estava linda, feliz e cheia de sonhos, planos, como toda noiva. O noivo também todo orgulhoso ao lado de sua mulher, celebrando com as famílias, amigos, que dançavam, zuavam, se divertiam.


E, já que a semana está começando, vou levar comigo a leveza, a alegria dessa festa e dos felizes reencontros.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O AMOR MADURO

O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas quase silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado.

Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento.
Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes.

O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo. Mas vive dos problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer.

Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro. Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro, está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilíbrio de carne e espírito.

Carne intensa, alegre, criança, redescobrimento das melhores dimensões pessoais e alma refeita, abastecida de todas as proteções necessárias, um enorme empório de afinidades acima e além de meras concordâncias intelectuais.

Os problemas daí derivados são os problemas da felicidade. Problemas, sim, alguns graves.
Mas estalantes de um sentimento bom.

Na infelicidade estão a agressão, o desamor, o não conseguir, a rejeição, a dor, o cansaço,
a troca com perda, a obrigação, o tédio, o desencontro, o insulto, o ciúme machucante, as futricas de família, as peles se eriçando e os toques que dão susto.

Os problemas da infelicidade não devem ser trazidos para a trama do amor maduro.

O amor maduro é sólido e definido. Mas estranhamente se recolhe quando invadido pelos problemas da infelicidade que fazem a glória do amor imaturo. Acaba acabando.

O amor maduro não disputa, não cobra, pouco pergunta, menos quer saber. Teme, sim.
Porém não faz do temor argumento. Basta-se com a própria existência. Alimenta-se do instante presente valorizado e importante porque redentor de todos os equívocos do passado.

O amor maduro é a regeneração de cada erro. Ele é filho da capacidade de crer e continuar. É o sentimento que se manteve mais forte depois de todas as ameaças, guerras ou inundações existenciais com epidemias de ciúme, controle ou agressividade.

O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados cheios de sementes.

Ele não pede, tem. Não reivindica, consegue. Não persegue, recebe. Não exige, dá. Não pergunta, adivinha. Existe, para fazer feliz. Só teme o que cansa, machuca ou desgasta.

O amor maduro não precisa de armaduras, coices, cargos iluminuras, enfeites, papel de presente, flâmulas, hinos, discursos ou medalhas: vive de uma percepção tranqüila da essência do outro. Deixa escapar a carência sem que pareça paupérrima. Demonstra a necessidade sem que pareça voraz. Define uma dependência sem que se manifeste humilhante.

O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ela transformada em paraíso.

É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.

É o sol de outono: nítido mas doce. Luminoso, sem ofuscar. Suave mas definido. Discreto mas certo. Um sol, que aquece até queimar.

(Arthur da Távola)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

PODEMOS AVALIAR???

Será que nós, que ficamos vendo o que acontece no Rio de Janeiro só pela televisão, temos mesmo a noção de tudo? Imagino que não temos a menor ideia.

Perder o pouco que se tem, ver a casa vir abaixo, assistir ao desaparecimento de pessoas queridas, amigos...

Diz-se que as pessoas não deveriam morar nesses locais, mas, se tivessem possibilidade de viver em lugares seguros, será que não se mudariam? Claro que sim.

É muito fácil teorizar, julgar mas, colocar em ação projetos viáveis para evitar tragédias, ah, isso é que o que não acontece... Só se pensa em fazer algo quando uma tragédia acontece, quando deveria ser pensado antes, como forma de prevenção...

É lógico que somos também culpados por muitos danos, jogando lixo por todo canto, por anos e anos sem a menor responsabilidade. E, o resultado vem depois... chegou agora... chegará amanhã, depois e depois...

Culpar o nervosismo de Deus, o destempero de São Pedro é uma infantilidade, uma brincadeira (sem gosto) que não leva a nada.

Que passem a existir ações verdadeiras para evitar que isso volte a acontecer, e, enquanto isso... vamos rezar...

É isso.

terça-feira, 6 de abril de 2010

UM POUCO DE DRUMMOND

Mãos Dadas


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história.
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela.
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida.
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

QUE FEIO!!!

Jogadores do Santos foram até um local, em Santos, para levar ovos de Páscoa para crianças carentes com problemas de lesão cerebral. Mas, alguns deles se recusaram a entrar na casa, nem sairam do ônibus...

Motivo: ficaram sabendo que se tratava de uma casa dirigida por espíritas.

Fico admirada com essa atitude, que é tão diversa de tudo o que Jesus pregou.

É uma pena que haja esse tipo de preconceito, já que um trabalho mais bonito poderia ser feito se isso não existisse. A ajuda àqueles que dela necessitam independe de religião, mas sim precisa de afeto, carinho e amor.

Minha sugestão a esses jogadores: que saibam, pelo menos um pouco, da vida de Chico Xavier. O filme começa hoje nos cinemas...

E, que entendam melhor a mensagem de Jesus, é o essencial para quem se diz cristão. Certamente entenderão melhor o que é fazer caridade.

É isso...