sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

LIRA PAULISTANA

A MEDITAÇÃO SOBRE O TIETÊ

(trecho inicial)

Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
— Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar...
É noite. E tudo é noite. Debaixo do arco admirável
Da Ponte das Bandeiras o rio
Murmura num banzeiro de água pesada e oleosa.
É noite e tudo é noite. Uma ronda de sombras,
Soturnas sombras, enchem de noite tão vasta
O peito do rio, que é como se a noite fosse água,
Água noturna, noite líquida, afogando de apreensões
As altas torres do meu coração exausto. De repente
O óleo das águas recolhe em cheio luzes trêmulas,
É um susto. E num momento o rio
Esplende em luzes inumeráveis, lares, palácios e ruas,
Ruas, ruas, por onde os dinossauros caxingam
Agora, arranha-céus valentes donde saltam
Os bichos blau e os punidores gatos verdes,
Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas,
Luzes e glória. É a cidade... É a emaranhada forma
Humana corrupta da vida que muge e se aplaude.
E se aclama e se falsifica e se esconde. E deslumbra.
Mas é um momento só. Logo o rio escurece de novo,
Está negro. As águas oleosas e pesadas se aplacam
Num gemido. Flor. Tristeza que timbra um caminho
de morte.
É noite. E tudo é noite. E o meu coração devastado
É um rumor de germes insalubres pela noite insone e
 humana.


Mário de Andrade
De Lira Paulistana - fevereiro de 1945 (escrito 13 dias antes de sua morte)

Figura central do modernismo brasileiro, o paulistano Mário de Andrade (1893-1945) foi muito mais do que poeta. Músico, romancista, contista, professor, estudioso de cultura popular, ensaísta, prolífero escritor de cartas e — como se diz hoje —poderoso agitador cultural, ele parece confirmar a multiplicidade anunciada no verso: "Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta".

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ANTIGAMENTE


ANTIGAMENTE,
as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia.

As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entrementes, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passasse a manta e azulava, dando às de vila-diogo.

Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar fresca; e também tomavam cautela de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas, e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

HAVIA OS QUE
tomaram chá em criança, e, ao visitarem família da maior consideração, sabiam cuspir dentro da escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente.” Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”, ao que o Reverendíssimo correspondia: “Para sempre seja louvado.” E os eruditos, se alguém espirrava — sinal de defluxo — eram impelidos a exortar: “Dominus tecum”.

Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso metiam a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam, quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.

ANTIGAMENTE,
certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim por tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorro com lingüiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde.

As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um cabrito, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, trazia novidades de baixo, ou seja, da Corte do Rio de Janeiro. Ele vinha dar dois dedos de prosa e deixar de presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais do que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.

ACONTECIA
o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue, mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica, feia era o gálico.

Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma, a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.

MAS TUDO ISSO era antigamente, isto é, outrora.

(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

CENTENÁRIO DE ELIZABETH BISHOP


Elizabeth Bishop (Worcester, 8 de fevereiro de 1911 - 6 de outubro de 1979) é uma autora americana, considerada um das mais importantes poetas do século XX a escrever na língua inglesa.

O pai, William Thomas Bishop morreu antes de ter ela um ano e a mãe, Gertrude Bulmer Bishop, que sofria dos nervos, foi confinada a um asilo mental quando Elizabeth mal tinha cinco anos. A família materna a levou para viver em Great Village na Nova Escócia, Canadá.

Foi mais tarde educada pela família do pai em Worcester e Boston. Viveu nove meses infelizes com os avós paternos em Boston, como se vê em The Country House, começando a sofrer de asma e de eczema, a primeira de suas numerosas alergias. Viveu na França na década de 1920, graças a sua colega em Vassar e amante Louise Crane, herdeira da famosa indústria de papel. Estudaria em Vassar durante quatro anos - entrou em 1929, bem no ano da quebra de Wall Street.

Conheceu a grande poetisa Marianne Moore, 24 anos mais velha, de quem se tornou muito amiga. Seus primeiros poemas, muito influenciados por George Herbert, Gerard Manley Hopkins e Moore, surgiram na revista de Vassar College, que ajudou a fundar com Mary McCarthy, escritora um ano mais velha, Margaret Miller e duas irmãs Clark, e que se intitulava Con Spirito. Influenciada por Moore, abandonou a intenção de se tornar médica e se dedicou à poesia. Sua educação excelente era financiada por dinheiro aplicado pelo pai, que ia entretanto diminuindo com a inflação.

CARREIRA

Residiu em Nova Iorque por um ano, escrevendo poemas mais amadurecidos, entre eles The Map e The Man-Moth. Viveu depois intermitentemente na Europa por três anos, depois de comprar uma casa em Key West, Florida, em 1938. Depois de rejeições por alguns editores, o primeiro de seus volumes de poesia («North and South») apareceu em 1946. No ano seguinte conheceu Robert Lowell, de quem se tornou amiga durante o resto da vida.

Marianne Moore demonstrou grande interesse por seus trabalhos. Quatro anos se passara antes que Elizabeth começasse a chamá-la nas cartas Cara Marianne e a pedido de Moore! A amizade entre ambas, que perdura na extensa corresponência, durou até a morte de Moore em 1972. Em 1946, Moore sugeriu seu nome para o Houghton Mifflin Prize (prêmio de poesia) e ela venceu. Quando da publicação de North and South, o mais importante crítico de então na América, Randall Jarrell, escreveu que «all her poems have written underneath, I have seen it" ou seja, «todos seus poemas, como percebi, tem uma segunda escrita».

NO BRASIL

Bishop, que a vida toda teria dificuldades para sustentar sua carreira, dependia bastante de doações, empréstimos, prêmios e outros incentivos universitários. Em 1951, ao receber 2,500 dólares norte-americanos do Bryn Mawr College (importância então considerável) pode decidir-se a navegar ao redor da América do Sul. Chegou a Santos em Novembro, esperando ficar duas semanas, para desfrutar da paisagem numa curta pausa de sua semanas em sua longa viagem, mas sua estada se estendeu por mais de vinte anos.

O Brasil marcou sua vida como temática de numerosos poemas, contos e cartas, e, como afirma a obra «Brasiliana da Biblioteca Nacional», de 2001, em sua página 107, «como vivência afetiva, pautada sobretudo pela longa relação amorosa com Lota de Macedo Soares.» Tal amizade lhe daria estabilidade e amor e estabeleceu residência no Rio de Janeiro, depois nos arredores, em Petrópolis e mais tarde em Ouro Preto.

Diz a mesma obra: «Representante ilustre da poesia moderna norte-americana, Bishop residiu no Brasil como estrangeira voluntariamente exilada de seu país, mas profundamente conectada com o movimento cultural norte-americano», principalmente com o poeta Robert Loewe e com sua mentora Marianne Moore. (....) «Traduziu poemas dos principais expoentes do modernismo brasileiro e manteve relações cordiais com vários desses artistas.»

Chegou no último governo Vargas, documentou o suicídio do presidente, viu a ascensão de JK e a queda de Jango Goulart. Endossava as opiniões de sua namorada Lota, paisagista e amiga de Carlos Lacerda, partidária de posições udenistas. Com simpatias pelo Partido Democrata nos Estados Unidos, crítica ao sistema de segregação racial norte-americano, assumiu no Brasil uma posição antiesquerdista. A verdade é que a política jamais foi tema de interesse central para ela, não podendo ela ter uma maior compreensão teórica do assunto. Sua percepção das contradições brasileiras é, no entanto, sutil e perspicaz em poemas sobre a paisagem de Santarém, por exemplo, na evocação das chuvas tropicais, na sátira social explícita (poema Pink Dog, por exemplo) no retrato dos pobres urbanos.

RETORNO AOS ESTADOS UNIDOS

Vendendo a casa de Ouro Preto após o suicídio de Lota, no início da década de 1970 retornou defitinivamente aos Estados Unidos.

Enquanto vivia no Brasil, em 1956 recebeu o prêmio Pulitzer pelo livro «North & South — A Cold Spring». Receberia mais tarde o Prêmio Nacional do Livro (the National Book Award) e o prêmio nacional do círculo dos Críticos literários (the National Book Critics Circle Award) assim como duas bolsas Guggenheim e uma da Ingram Merrill Foundation. Tornou-se poeta residente na Universidade de Harvard em 1969. Começou em 1971 uma amizade íntima com Alice Methfessel que duraria até sua morte em 1979.

Em 1976, foi a primeira mulher a receber o International Neustadt Prize for Literature (prêmio internacional Neustadt de Literatura) e continua sendo o único americano a recebê-lo.

Escreveu muito para a revista The New Yorker, e em 1964 escreveu o obituário de Flannery O'Connor para a The New York Review of Books. Fazia muitas conferências, e durante uns poucos anos ensinou na Universidade de Washington, antes de se mudar para Harvard por sete anos. Ensinou ainda na New York University, antes de terminar seus dias de ensino no Massachusetts Institute of Technology.

Gastava meses, por vezes anos, escrevendo um poema apenas, trabalhando para obter um sentido de espontaneidade. Apaixonada pela exatidão, recriou os mundos do Canadá, América, Europa e Brasil. Não admitia ter pena de si mesma, mas seus poemas mal escondem todas as dificuldades como mulher, como lésbica, como órfã, como viajante sem raízes, ou asmática frequentemente hospitalizada, mulher que sofria de depressão e por vezes alcoolismo.

"I'm not interested in big-scale work as such," disse uma vez a Lowell. "Something needn't be large to be good." O que simplesmente quer dizer que não estava intressada por trabalho em larga escala, por não acreditar que algo precisasse ser grande para ser bom…


UMA ARTE
A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.

Elizabeth Bishop (Tradução de Horácio Costa)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

99 COISAS PARA FAZER ANTES DE MORRER


Esta relação não é minha - recebi de meu filho, que a retirou de um site mas, vou preparar uma só minha... e, é claro, a maioria das coisas listadas nesta... vou adorar fazer!!!


E você???


1 — amar, amar de novo, amar sempre

2 — trocar a parceria, se já não é mais possível a cumplicidade

3 — religar um sonho de juventude e se apaixonar perdidamente

4 — checar os instrumentos de voo, sem deixar que o amor à segurança lhe roube o amor à liberdade

5 — morar num país de cultura não-ocidental

6 — ler Finegans Wake, de Joyce

7 — parar de elogiar Faulkner ou Clarice Lispector só porque os outros elogiam

8 — ler a Bíblia acompanhada de um bom dicionário bíblico

9 — trocar um vício por um novo hábito

10 — passar uma semana num mosteiro ouvindo o silêncio ou o zoar de seus ouvidos

11 — fazer amizade com uma pessoa excêntrica

12 — trocar o emprego por uma diversão, ainda que receba menos

13 — investir na bolsa e jogar num cassino

14 — praticar rapel ou canoagem

15 — faltar a um compromisso sem razão plausível

16 — negar um aval (ou todos)

17 — ficar uma semana sem tomar banho

18 — fazer tatuagens

19 — acrescentar ao seu o sobrenome de um ancestral

20 — examinar suas preferências como se você fosse outra pessoa

21 — perdoar a quem lhe ofendeu

22 — vingar uma maldade

23 — ir ao velório de um desafeto sem ódio e não rezar por ele

24 — dar a você mesmo um presente caríssimo

25 — admitir que errou e tirar experiência do erro

26 — ganhar dinheiro, depois achá-lo irrelevante

27 — não lamentar o tempo perdido

28 — aproveitar o tempo que ainda lhe resta

29 — valorizar as pessoas ao seu redor, por mais humildes que sejam

30 — aprender com os estúpidos

31 — não acreditar 100% em algo ou alguém

32 — converter decepção em ânimo novo

33 — duvidar do fracasso, bem como do sucesso permanente

34 — viver a vida como única, e o instante como último

35 — plantar uma dúvida e disseminar a consciência

36 — descrer das verdades estabelecidas

37 — ver o trivial como um mistério

38 — comover com uma coisa à-toa

39 — mudar para um sítio e cultivar a vizinhança

40 — dormir em rede numa casa construída sobre árvore

41 — aconselhar-se com uma criança

42 — duvidar da auto-ajuda e saltar no vazio com as redes da intuição

43 — fugir da automedicação

44 — suspeitar do médico

46 — ver o outro lado, olhar ao derredor, inclusive por baixo

47 — tomar decisão, apesar da dúvida

48 — descartar o excesso

49 — comprar uma roupa que nunca vai usar, pensando que vai

50 — cantar ópera (no banheiro)

51 — dar um presente a um desconhecido

52 — formar um jardim de ervas daninhas

53 — ter um réptil de estimação

54 — pertencer a uma sociedade secreta ou uma tribo urbana (emo, siriemo, gótico etc)

55 — ir a um terreiro de macumba

56 — achar o pouco bastante

57 — achar o pleno excessivo

58 — lutar espadachim ou esgrima

59 — fortalecer os ossos e os neurônios

60 — fazer sexo em grupo

61 — consultar uma cartomante

62 — aprender tarô só pelo gosto de duvidar

63 — achar Nova York decadente

64 — achar bregas as mulheres de topless na Côte D’azur

65 — afixar no quarto um calendário de borracharia

66 — namorar o(a) porteiro(a)

67 — desposar um(a) príncipe(esa)

68 — revelar um segredo

69 — guardar um segredo para sempre

70 — envergonhar-se das vezes em que não foi honesto

71 — beber absinto e sentir o cheiro das estações

72 — comer bumbum de tanajura numa tribo

73 — passar um dia inteiro com a mãe falando de velhos acontecimentos

74 — atravessar o país de bicicleta

75 — dormir num estábulo

76 — fazer amor no feno

77 — andar a cavalo em pelo

78 — rir do prejuízo que levou (só Deus sabe de antemão o negócio que vai dar certo)

79 — sair pelado(a) no carnaval

80 — declamar Maiakósviski numa festa de empresários

81 — falar de Peter Drucker num encontro de poetas

82 — plantar bananeira na Câmara Federal

83 — dar uma banana pro Senado

84 — chamar um ministro do Supremo de Psit

85 — mijar no Memorial JK

86 — propor pagar uma dívida com a entrega de um rim

87 — ir a pé à festa da padroeira

88 — posar para foto cruzando a faixa da Abbey Road






89 — tomar chope num pub londrino de costas para McCartey

90 — aprender um ofício inútil

91 — namorar sem pensar em casamento

92 — casar com a mesma convicção com que namora

93 — começar um empreendimento depois dos 80

94 — vender um negócio extremamente promissor

95 — lembrar que o passado não existe, que o futuro não existe e que o presente é duvidoso

96 — ver que nem tudo que brilha é lantejoula

97 — separar o trigo do joio e colher o joio

98 — conquistar algo sem dar a alma em troca

99 — manter a serenidade diante de uma perda radical por saber que amanhã será outro dia