quinta-feira, 14 de julho de 2011

QUANDO O AMOR...


Acenar, siga-o, ainda que por caminhos ásperos e íngremes e quando suas asas o envolverem, renda-se a ele ainda que a âmina escondida sob suas asas possa feri-lo.

E quando ele falar a você, acredite no que ele diz, ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos, assim como o vento norte devasta o jardim. Pois, se o amor o coroa, ele também o crucifica.

Se o ajuda a crescer, também o diminui.

Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes e abala a sua ligação com a terra.

Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro. 
Debulha-o até deixa-lo nu.
Transforma-o, livrando-o de sua palha.
Tritura-o, até torna-lo branco.
Amassa-o, até deixa-lo macio;
e então submete ao fogo para que se transforme em pão no
banquete sagrado de Deus.

Todas essas coisas pode o amor fazer para que você conheça os segredos do seu coração, e com esse conhecimento se torne um fragmento do coração, da vida. 


 
(Gibran Khalil Gibran

Nasceu em 6 de dezembro de 1883, em Bsharri, nas montanhas do Líbano
e faleceu em 10 de abril de 1931 em Nova Iorque - Estados Unidos da América)

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