Ela veio bater à minha porta
e falou-me, a sorrir, subindo a escada:
"Bom dia, árvore velha e desfolhada!"
E eu respondi: "Bom dia, folha morta!"
Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando, pouco importa!)
houve canções na ramaria torta
e houve bandos de noivos pela estrada...
Então, chamou-me e disse: "Vou-me embora!
Sou a Felicidade! Vive agora
da lembrança do muito que te fiz!"
E foi assim que, em plena primavera,
só quando ela partiu, contou quem era...
E nunca mais eu me senti feliz!
Esta é uma poesia de Guilherme de Almeida, meu conterrâneo - também nasceu em Campinas - em 24 de julho de 1890.
Em 1959foi eleito, em concurso instituído pelo Correio da Manhã, o "Príncipe dos Poetas Brasileiros".
Faleceu, na cidade de São Paulo, no dia 11 de julho de 1969, pouco antes de completar 79 anos.
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